sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Esses "Nãos" que não saem da cabeça


Num departamento de alguma coisa de uma empresa qualquer dois amigos conversavam. Ou melhor, um amigo encorajava o outro.

-Vai lá! Você consegue! Com força e coragem!
-E se ela disser não?
-E se ela disser sim?
-Se ela disser “não” vai ser o fim!
-E se ela disser sim?
-Preciso de um gim.
- Vai lá rapaz...você consegue!

E não é que ele foi...alguns metros que pareciam quilômetros o separava de sua amada.  Ela estava sentada em seu guichê...Era plácida, simpática, tinha cachos dourados, olhos azulados, pele alva, parecia uma estrela de cinema.  Ela fazia o mesmo que ele, mesmas funções no departamento de alguma coisa de uma empresa qualquer.

Então ele respirou fundo, mas fundo mesmo e perguntou:

-Você gostaria de jantar comigo essa noite?
-Sim – respondeu convicta, direta, com um brilho nos olhos que mais parecia uma estrela cintilante.

Ele com tantos “nãos” gritando em sua cabeça não ouviu. É, isso mesmo, não ouviu, ou melhor ouviu...mas ouviu um “não”.

-Desculpa a minha petulância. - e se foi, pediu demissão, pois não aguentaria viver ao lado de um amor não correspondido. Não deu ouvido a ninguém e realmente se foi com todo o seu negativismo e inferioridade, deixando pra trás talvez o amor de sua vida, um lindo casamento, filhos maravilhosos e uma casa repleta de felicidade.

 Diego Rossi

2 comentários:

  1. Perfeito Diego! Realmente incrível..

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  2. Valeu Yuri...realmente muitas das oportunidades que não aproveitamos deve-se a um pessimismo viciante ou insegurança corrosiva, fazendo com que não definamos com clareza o que esta a nossa frente...temos medo do fracasso...da rejeição...da luta diária contra sentimentos rasteiros e muitas vezes não "escutamos" a chance de ser feliz ou preferimos escutar um não mesmo que seja um sim.
    Sinto também que as obras de Luis Fernando Veríssimo tem me influenciado naturalmente na realização de minhas crônicas. É uma delicia seguir o seu estilo.

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