segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O marceneiro e as ferramentas

Contam que, em uma marcenaria, houve uma estranha assembléia. Foi uma reunião onde as ferramentas se juntaram para acertar suas diferenças. Um martelo estava exercendo a presidência, mas os participantes exigiram que ele renunciasse. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo tempo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, alegando que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas, por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Observou que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos.
A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse também o metro, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fosse o único perfeito.
Nesse momento, entrou o marceneiro, juntou todas as ferramentas e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro, o parafuso... E a rústica madeira
se converteu em belos móveis, úteis e funcionais! Quando o marceneiro foi embora
para casa, as ferramentas voltaram à discussão. Mas o serrote adiantou- se e disse:
- Senhores, hoje ficou demonstrado que temos defeitos, mas o marceneiro trabalha com nossas qualidades, ressaltando nossos pontos valiosos... Portanto, em vez de pensar em nossas fraquezas, devemos nos concentrar em nossos pontos positivos!
Então, a assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limpar a afinar asperezas, o metro era preciso e exato.
Todos se sentiram como uma equipe, capaz de produzir com qualidade... E uma grande alegria tomou conta de todos pela oportunidade de trabalharem juntos.

No evangelho de São Mateus, capítulo 25, 14-30 Jesus conta a parábola dos talentos. Mostra o patrão que viaja e deixa alguns talentos para alguns servos cuidarem até ele voltar, dois administram bem os talentos e um deles resolve enterrar o talento recebido. Assim como numa bolsa de valores, uns arriscam e investem em ações, outros preferem não arriscar, ainda mais nestes tempos de crises financeiras que passa os Estados Unidos e a Europa. A ótica de Deus é contrária da nossa.

Cada um de nós tem talentos naturais, dons que Deus nos deu. Mas infelizmente ficamos olhando somente os defeitos nossos e dos outros ao invés de olharmos para aquilo que todos temos de bom. A pessoa redescobre a si mesmo e seus dons na relação com o outro. Cada pessoa é um dom para o outro. Receber um talento é criar uma responsabilidade. Esta historinha nos faz compreender melhor que a riqueza dos talentos se faz  quando somos juntos dom em benefício para os outros. Ainda não sabemos ver o outro como dom, porque ficamos olhando para nós mesmos e temos medo do outro que é diferente, ao invés de vê-lo como dom que é para a humanidade.

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