domingo, 4 de dezembro de 2011

“O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração” Saint Exupery

foto: Valter Ziantoni


Conta-se que certa vez que um Mestre descia por um caminho com seus discípulos. A margem do caminho estava um cadáver de um animal em decomposição. Um discípulo passou rápido e mal olhou o cadáver, pois sentia nojo. Outro até olhou, mas de longe, pois o fedia demais e ele quase vomitou. Outro resmungou, é apenas um cadáver em decomposição sem nenhum valor. O Mestre por sua vez, aproximou e disse: Olha que bons dentes ele tinha! (Conto Oriental).

Vivemos numa sociedade onde o que muitas vezes prevalece é a aparência. Assim como aquele cadáver estava ali jogado às margens da estrada, são marginalizadas tantas pessoas, estilo de vida, ideais, por serem julgados pela aparência. Saint Exupery nos ensina no Pequeno Príncipe a ter um olhar diferente. Patch Adams, no filme também nos mostra que um jaleco branco serve ao médico como também ao açougueiro.

Não nos cabe o julgamento de quem é melhor: branco ou negro, partido político X ou partido político Y, religião alfa ou beta, e sim ter um olhar além do previsível, sem se prender nas aparências. Vejam o exemplo de Jesus, que acolhia as prostitutas, ladrões, leprosos e sempre era julgado por isso pelos fariseus. Qual foi a resposta dele?

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.” Mt 23,27-28

Somente teremos uma sociedade mais justa e solidária, que transformará o mundo com alteridade e gratuidade. A alteridade no respeito pelo jeito de ser diferente de cada um, sem se prender no julgamento de que é certo ou errado, mas dando ênfase ao que o outro tem de melhor e a gratuidade de doar inteiramente sem querer nada em troca. Mas a sociedade é feita de pessoas, eu estou incluída no meio. O que tenho feito? Pensemos nisso e tentemos aplicar isso em nossas vidas nas pequenas coisas de nosso dia-a-dia.

Almir







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